A Maratona é a corrida mais longa do atletismo.
São 42,195 km de muito esforço, desgaste, dificuldade e resistência. Historicamente é a última e mais emocionante prova dos Jogos Olímpicos.
A Maratona é disputada desde os primeiros Jogos Olímpicos da era moderna, em 1896, sendo que o percurso a princípio era de 40 km.
Segundo a lenda, no ano 490 a.C. Pheidippides correu aproximadamente 40 km fazendo o percurso da Planície de Maratona até Atenas, para dar uma boa notícia.
Os persas haviam jurado aos gregos que, caso vencessem a batalha, invadiriam Atenas, violariam suas mulheres e matariam seus filhos.
Temendo tal violência, ficou combinado que as mulheres matariam seus filhos e cometeriam suicídio, caso não tivessem noticias sobre a vitória dentro de 24 hs.
Como os atenienses venceram os persas, Pheidippides foi incumbido de correr todo o Vale de Maratona até Atenas para impedir a desgraça.
Segundo a história, Pheidippides ao chegar só teve fôlego para pronunciar a palavra “vencemos”, e caiu morto.
Se a lenda é verdadeira não se sabe, mas o fato é que na primeira Olimpíada da era moderna, em 1896, Pheidippides foi homenageado com a criação da prova da Maratona, ainda com um percurso de 40 km.
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Pheidippides não foi o único a perder a vida nessas condições. Em 1912, em uma Maratona em Estocolmo, um português chamado Francisco Lázaro morreu durante a prova.
Alias, o percurso aumentou por outro fato curioso. Em 1948, quando os Jogos Olímpicos foram sediados na Inglaterra, o percurso foi aumentado em 2,195 m, para que a família Real pudesse assistir a largada da prova sem sair do Palácio de Windsor.
Atualmente são várias as provas de Maratona espalhadas pelo mundo. A prova anual de Maratona mais antiga acontece desde 1897, no Dia do Patriota, em Boston, nos Estados Unidos.
Patrick Makau Musyoki (Manyanzwani, 2 de março de 1985) é um corredor de longa distância do Quênia e o atual recordista mundial da maratona.
Fundista dedicado à corridas de rua, mais especialmente meia-maratonas e maratonas, ele tem o quarto tempo do mundo na primeira modalidade, 58m52s, marca conquistada em Ras al-Khaimah, nos Emirados Árabes, em fevereiro de 2009.
Com grandes resultados na meia-maratona entre 2005 e 2009, neste ano Makau começou a disputar maratonas, estreando na Maratona de Roterdã com o excelente tempo de 2h06m14s e a quarta colocação. No ano seguinte, voltou à Roterdã e venceu a prova desta vez em 2h04m48s, a melhor marca do ano e a então quarta melhor marca da história, e conseguiu nova vitória na Maratona de Berlim, com 2h05m08s.
Patrick Makau
As principais Maratonas no Brasil acontecem em São Paulo (São Silvestre), Curitiba, Porto Alegre e Rio de Janeiro.
A maratona de São Silvestre no Brasil
A corrida internacional de São Silvestre é, provavelmente, a mais famosa das provas de rua em nosso país. Sempre disputada na cidade de São Paulo, no dia 31 de dezembro, todos os anos o Brasil recebe corredores de outros países apenas para participar da competição.
Poucas pessoas sabem o porquê da competição se chamar “Corrida de São Silvestre”. Essa prova é disputada nos dias 31 de dezembro devido à uma comemoração de final de ano, porém ,essa data apresenta um significado cristão: São Silvestre foi um papa que comandou a Igreja Católica no período entre 31 de janeiro de 314 a 31 de dezembro de 335. Desde sua canonização, o dia de comemoração para São Silvestre tem sido o dia 31 de dezembro.
A primeira edição da São Silvestre ocorreu em 1924, cujo evento foi idealizado e organizado pelo jornalista Casper Líbero. Conta-se que ele teria voltado da França maravilhado com uma prova de corrida de rua noturna, cujos atletas carregavam tochas durante todo percurso. A partir de então, encarregou-se de organizar uma corrida de rua em nosso país. Essa primeira edição conseguiu reunir apenas quarenta e oito pessoas para disputar a prova. É importante salientar que, assim como a corrida francesa assistida por Casper Líbero, a São Silvestre também era realizada à noite, de modo que os atletas cruzassem a linha de chegada em horário próximo à meia noite.
Apresentando características próprias de um momento em que o esporte era pouco profissionalizado, os corredores não usavam vestimentas especiais para a prova. Outra curiosidade é a de que, naquela época, o percurso de prova consistia em 8,8 quilômetros e os corredores não poderiam ingerir água durante toda a prova. Com o avanço do conhecimento médico, especificamente da fisiologia, hoje sabe-se que a hidratação é fundamental durante a prática de qualquer tipo de atividade física.
As mulheres passaram a integrar a competição apenas no ano de 1975. Isso porque a Organização das Nações Unidas – ONU – havia homenageado aquele ano, como “Ano Internacional da Mulher”. Nesse sentido, como uma resposta ao apelo da igualdade entre os gêneros, a organização da prova incluiu as mulheres na disputa.
O queniano James Kipsang
Para que a prova tivesse reconhecimento oficial, ela precisou passar por adaptações, de modo a cumprir as exigências da Federação Internacional de Atletismo. Assim, em 1991 o percurso de prova passou a ter extensão de 15 quilômetros; a prova não seria mais disputada no período noturno (a largada feminina se daria às 15 horas e a masculina, às 17 horas). Mas as mudanças valeram a pena: a São Silvestre passou a integrar o calendário internacional de provas de rua.
Atualmente, correm na São Silvestre atletas das mais diversas partes do mundo – homens, mulheres, crianças, idosos, cadeirantes, amputados, entre outros. E para acomodar toda essa gente, foram criados diversos parâmetros dividindo os participantes em categorias diferentes.
O trajeto atual da São Silvestre é composto pelo seguinte percurso: Largada na Avenida Paulista, passando pela Rua da Consolação, Avenida Ipiranga, São João, Largo São Francisco, Viaduto do Chá e, finalmente, a subida da Rua Brigadeiro Luiz Antônio.
Elisandria Mesquita
Profissional de Educação Física
Cref-004635-G/CE
Fontes;FERNANDES, José Luis. Atletismo: corridas. 2. ed. rev. São Paulo: EPU, 1979,http://www.infoescola.com,IAAF.org.http://www.brasilescola.com,